3 de setembro de 2010


As vezes a dor me pega de surpresa, sem motivos ou explicações. Odeio o fato de eu ter tão pouco controle sobre como me sinto. Há algumas horas estava tudo bem, eu estava rindo, me divertindo sinceramente, mas de repente algo dentro de mim acontece e a dor me domina novamente . Talvez a dor sempre esteja aqui dentro de mim e quando fico feliz de verdade acabo por esquecer de abafá-la, esquecer de esquece-la, ignorá-la. Ignorar a dor, tenho feito isso por muito tempo. Ignora-la porque ela é tão grande e talvez eu não a aguente. Ignora-la porque me acho incapaz de cura-la. Ignora-la porque se todos a vissem não a entederiam e só receberia críticas. Ignora-la porque na minha mente inconstante isso é o melhor a ser feito. Igonora-la para não sofrer tanto. Mas a verdade é que ignorar não é fazer deixar de existir. E a dor continua lá, se acumulando por cada vez que não a deixei sair. Mas sempre chega um dia em que a dor se torna muito maior do que nossas forças para detê-la. Então ela vai achar um jeito de sair, geralmente transborda na forma de lágrimas. Nesse dia a gente se pergunta de onde vieram tantas lágrimas e tenta desesperadamente acabar com elas. Mas eu acredito que devemos deixá-las sair, até não ter mais nenhuma sequer, até todas secarem, até termos colocado pra fora tudo o que estava nos matando aos poucos por dentro. E ainda digo para aproveitar as lágrimas, elas são uma forma de limpar nosso interior, se livrar daquilo que nos impedia de viver livres e verdadeiramente feliz. O pior mesmo é sentir todo esse aperto no coração, toda a dor, tristeza e solidão e não conseguir colocar isso pra fora derramando uma lágrima sequer, que traria pelo menos por um momento alívio.

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